Festival Olhar de Cinema premia “Cais” e “Apenas Coisas Boas” como destaques da 14ª edição em Curitiba

A 14ª edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba consagrou os longas “Cais”, da diretora baiana Safira Moreira, e “Apenas Coisas Boas”, do goiano Daniel Nolasco, como os grandes vencedores do evento. Com sessões lotadas e ampla presença de público e crítica, o festival celebrou a diversidade e a potência do cinema contemporâneo nacional e internacional entre os dias 12 e 20 de junho de 2025.

Vencedores das categorias no Olhar de Cinema 2025 / Foto: Divulgação
Vencedores das categorias no Olhar de Cinema 2025 / Foto: Divulgação

“Cais”, produção baiana que percorre paisagens do Rio Paraguaçu (BA) e do Rio Alegre (MA), levou três prêmios: Melhor Filme (Prêmio Olhar), Melhor Filme pela crítica (Abraccine) e pelo voto popular. O filme mergulha no luto da diretora após a morte da mãe, refletindo sobre memória, tempo e ancestralidade.

“Apenas Coisas Boas”, romance rural LGBTQ+ ambientado no interior de Goiás nos anos 1980, rendeu a Daniel Nolasco os troféus de Melhor Roteiro, Melhor Som (Guile Martins, Jesse Marmo, Naja Sodré e o próprio diretor) e Melhor Direção de Arte (Marcus Takatsuka). A obra reafirma Nolasco como um dos principais nomes do cinema queer contemporâneo.

Outros destaques da Mostra Competitiva Brasileira incluem:

  • Melhor Direção: Maria Clara Escobar, por “Explode São Paulo, Gil”
  • Melhor Atuação: Gildeane Leonina, pelo mesmo filme
  • Melhor Fotografia: “Aurora”, de João Vieira Torres, com Wilssa Esser e Camila Freitas
  • Melhor Montagem: “A Voz de Deus”, de Miguel Antunes Ramos (montagem de Yuri Amaral)

Nos curtas-metragens brasileiros, os vencedores foram:

  • Melhor Curta: “Fronteriza”, de Rosa Caldeira e Nay Mendl
  • Prêmio Especial do Júri: “Americana”, de Agarb Braga

Na Mostra Competitiva Internacional, o documentário “A Árvore da Autenticidade”, da Bélgica/Congo, levou o Prêmio de Melhor Filme, enquanto “Ariel”, coprodução Espanha-Portugal dirigida por Lois Patiño, foi laureada com o Prêmio Especial do Júri. Entre os curtas, “Conseguimos Fazer Um Filme”, de Tota Alves (Portugal), foi o grande vencedor.

A Mostra Novos Olhares premiou o longa brasileiro “Voz Zov Vzo”, de Yhuri Cruz, por sua proposta ousada e linguagem experimental sobre as memórias da ditadura militar sob uma perspectiva racializada.

Premiações Especiais:

  • Canal Brasil de Curtas (R$15 mil): “Girassóis”, de Jessica Linhares e Miguel Chaves
  • Prêmio Canal Like (R$50 mil em mídia): “Cais”, de Safira Moreira
  • Prêmio Cardume de Curtas: “Seco”, de Stefano Volp
  • Prêmio AVEC Cyro Matoso: “Interior, Dia”, de Luciano Carneiro e Paulo Abrão

Por fim, o público também teve voz ativa: além de “Cais” como Melhor Longa, os curtas mais votados foram “Girassóis” (RJ) e “Ontem Lembrei de Minha Mãe” (PR).

Com mais de 90 produções de todo o mundo, o 14º Olhar de Cinema reafirma Curitiba como uma capital essencial no mapa do audiovisual brasileiro, valorizando narrativas potentes e criativas que atravessam territórios, corpos, gêneros e gerações.

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