Estreou nesta quinta-feira, 11 de setembro, nos cinemas, Downton Abbey: O Grande Final, o último capítulo da saga da família Crawley, e a convite da Espaço Z para conferir de perto esse encerramento.

O longa é o terceiro filme da trilogia e mantém a essência dos dois anteriores, trazendo de volta os personagens que marcaram a história. Como eu maratonei o primeiro e o segundo logo antes da cabine do terceiro, foi uma experiência quase de despedida: a sensação de acompanhar o arco completo da família e ver os conflitos fechando de forma consistente. É um final que entrega emoção, sem cair no romantismo excessivo.
Quebra de padrões e críticas sociais
O que mais me chamou atenção é como o filme aborda questões sociais delicadas. Nos anos 30, época em que a trama se passa, mulheres praticamente não tinham voz. E aqui vemos Mary (Michelle Dockery) enfrentando isso de frente: divorciada, ela vira alvo de manchetes em jornais da Inglaterra inteira, como se sua vida pessoal fosse um escândalo nacional. Isso incomoda — e me identifiquei como mulher. O contraste maior vem do fato de a rainha, que também era separada, ser tratada de outra forma. A velha história de como o poder “passa pano”.
Outro ponto marcante foi o arco do mordomo Thomas Barrow (Robert James-Collier), que reaparece após ter se demitido no segundo filme para viver sua vida nos Estados Unidos. O filme mostra diferenças culturais em relação à Europa, mas sem deixar de expor como ainda é difícil — até hoje — ser uma pessoa LGBTQIAPN+. É bonito ver o tema ser abordado, mesmo que de forma um pouco romantizada.
Política, roteiro e ironias
O roteiro também não deixa de brincar com o próprio cinema. Há momentos em que o roteirista (dentro da trama) provoca: “sem roteiro bom, não tem filme bom”, para depois reconhecer a importância dos atores. Pequenas ironias que quebram o peso do drama e deixam o filme mais leve.
Personagens, referências e emoção
Conversando depois da sessão com fãs da série original, percebi que o filme está recheado de referências que tocam fundo quem acompanhou desde o começo. Eu mesma fiquei com vontade de assistir à série, porque a emoção foi visível: tinha gente chorando de verdade na sessão.
Outro momento que gostei foi quando Mary, além de enfrentar o escândalo do divórcio, se permite viver um encontro casual. Algo simples, mas que na época era tratado como um novo escândalo. É uma quebra de padrão que reforça como a sociedade ainda carrega julgamentos de gênero: quando o homem age assim, é elogiado; quando a mulher faz o mesmo, é criticada.
Visual, ritmo e clima do adeus
No aspecto técnico, Downton Abbey: O Grande Final é impecável: fotografia, cores e cenografia transportam a gente diretamente para a década de 1930. O roteiro é bem amarrado e entrega política, drama social e aquele tom de conforto que dá gosto de assistir. É um filme que faz pensar, mas também acolhe.
No fim, o sentimento que fica é de despedida — e de um ciclo muito bem fechado.
Assista o trailer oficial:
Elenco
Hugh Bonneville, Michelle Dockery, Elizabeth McGovern, Paul Giamatti, Penelope Wilton, Jim Carter, Phyllis Logan, Laura Carmichael, Harry Hadden-Paton, Joanne Froggatt, Allen Leech, Robert James-Collier, Lesley Nicol, Sophie McShera, Raquel Cassidy, Kevin Doyle, Michael Fox, Dominic West, Arty Froushan, Joely Richardson e Douglass Reith.
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