Filme “Guerra Civil” com Wagner Moura não é sobre guerra!

No dia 18 de abril de 2024 estreou nos cinemas brasileiros o filme “Guerra Civil”, protagonizado por Wagner Moura, Kirsten DunstCailee Spaeny, Stephen McKinley Henderson, Nick Offerman, Jesse Plemons, entre outros, produzido pela produtora A24, a mesma produtora do filme “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”, vencedor do Oscar de melhor filme em 2023.

Foto: Divulgação/Diamond Films
Guerra Civil
Foto: Divulgação/Diamond Films

Com pouco mais de 1h30 de duração, o filme é ambientado em um contexto onde os Estados Unidos são palco de uma intensa guerra civil, Kirsten Dunst e Wagner Moura entregam atuações memoráveis como jornalistas da renomada agência Reuters. Dunst, uma talentosa fotojornalista, e Moura, um repórter determinado.

Quase um mês após o lançamento do filme, e podemos encontrar diversos materiais e reviews negativando o filme, por não trazer explicações sobre como a Guerra começou, ou reforçando que seria praticamente impossível uma aliança entre os estados do Texas e Califórnia… Mas ei, o filme não é sobre guerra!

A Guerra é apenas um cenário

A guerra pouco importa para a narrativa do filme… Para contextualizar, tudo começa porque no cenário hipotético do filme, o atual presidente dos Estados Unidos decide ter um terceiro mandato consecutivo, gerando assim revolta em todo o país. Grupos antigoverno se formam por toda a américa, não necessariamente são aliados ou coordenados, mas o objetivo principal é derrubar o atual governo.
E é aí onde começa a nossa narrativa!

A verdadeira narrativa

O filme inteiro acompanha a busca dos personagens principais, junto com outros 2 jornalistas, Sammy (Stephen Henderson), do The New York Times, e a aspirante a fotojornalista Jesse (Cailee Spaeny) por uma entrevista exclusiva em Washington D.C., tentando anteceder a queda do presidente.

Conseguiu perceber? O filme é sobre jornalistas e suas éticas em conflitos e cenários catastróficos. Se você quer assistir o longa buscando entender algum cenário político americano, sinto muito, escolheu o filme errado. Só para você entender, uma das forças que luta contra o governo americano, é uma união entre os estados do Texas e Califórnia, um estado extremamente conservador e outro completamente liberal.

Jornalistas na narrativa

A trama provoca uma reflexão sobre os dilemas éticos do fotojornalismo e o papel da imprensa em zonas de conflito. Alguns detalhes podem passar despercebidos, sendo um deles o papel e a representação de cada um dos personagens:
Uma fotojornalista profissional com uma longa carreira, uma fotojornalista iniciante que entra de paraquedas na “aventura”, um ajudante sem limites que vai fazer de tudo para alcançar o objetivo e um jornalista de impressos veterano, mais velho, propositalmente para mostrar que o jornal impresso está “ultrapassado”, “defasado”.
Temos também uma aparição de dois videojornalistas para mostrar todos os tipos de veículos de comunicação e como cada um atua no cenário catastrófico.

Desumanização do jornalista

Uma das coisas mais impactantes do longa, são as cenas em que os jornalistas estão fotografando e acompanhando os conflitos, e logo após intensas batalhas, param para se divertir, dar risada e conversar ao lado de cenários catastróficos e corpos de soldados e civis.
Isso pode soar desumano, porém, eu li diversos comentários de jornalistas que atuam em zonas de confronto, e é quase unanime a resposta: “é apenas uma forma de escape”.

Equipamentos Errados

Um outro tema que foi levantado entre as criticas e material sobre “Guerra Civil” é sobre o equipamento usado pelas fotógrafas, sendo que uma utiliza uma câmera analógica que utiliza filmes fotográficos, e ambas usam lentes muito curtas, lentes 35mm, fazendo com que elas tenham que ficar muito próximas dos soldados para registrar as fotos, claro que isso foi proposital, para gerar essa tensão e comparar os soldados com os jornalistas, mas em um cenário real, fotógrafos de guerra utilizam lentes teleobjetivas, com o famoso “zoom”, assim não precisam ficar próximos do conflito.

“Guerra Civil” é um baita de um filme, que traz diversas reflexões para a nossa bolha, arrisco dizer que é um filme 4 de 5 estrelas, e deixo aqui minha recomendação.

Confira o trailer oficial:

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