Após passagens emocionantes por Ivaiporã e Jacarezinho, o espetáculo Ilíada em Libras – Canto I segue encantando o público paranaense com uma proposta que une arte, inclusão e literatura clássica. A montagem desembarca em Londrina no dia 31 de maio (sábado), com sessões às 17h e 20h no Teatro AML Cultural. No dia seguinte, 1.º de junho (domingo), é a vez de Apucarana, também com duas apresentações gratuitas no Cine Teatro Fênix, às 17h e 20h. Os ingressos são distribuídos com uma hora de antecedência, e todas as sessões contam com acessibilidade ampliada, incluindo guia-intérpretes táteis para surdocegos.
Fernando Marés (cenógrafo) e Rafaela Hoebel (diretora) – Foto: Gilson Camargo
A peça é uma adaptação em Língua Brasileira de Sinais (Libras) do primeiro canto da clássica obra Ilíada, atribuída ao poeta grego Homero. Com direção de Octavio Camargo e Rafaela Hoebel, a encenação propõe uma imersão visual e sensorial em um dos textos mais importantes da literatura ocidental. Tudo isso sem recorrer a interpretações paralelas ou traduções em tempo real: aqui, a Libras é a língua central da dramaturgia, conduzida de forma poética e expressiva pelo ator e tradutor cênico Jonatas Medeiros.
A montagem foi pensada desde o início para atender tanto ao público surdo quanto ouvinte. O espetáculo conta com trilha sonora, iluminação cênica, narração em português e, principalmente, uma construção visual única, que apresenta gestos criados especificamente para personagens e elementos da mitologia grega, como Aquiles, Agamêmnon e Troia. O texto usado em cena é baseado na tradução clássica de Odorico Mendes, respeitando o ritmo épico do original, agora transformado em linguagem de sinais.
Mais do que uma adaptação, Ilíada em Libras é resultado de mais de uma década de pesquisa do núcleo Sala 603, realizado em parceria com a Cia Iliadahomero de Teatro e a produtora cultural surda Fluindo Libras. O projeto busca ampliar o repertório artístico disponível à comunidade surda, além de fomentar uma nova forma de se consumir teatro: com o olhar, as mãos e o corpo todo.
Segundo a diretora Rafaela Hoebel, artista surda envolvida diretamente no processo criativo, “levar a Ilíada para Libras é dar corpo e alma a uma narrativa visual que atinge a todos. É uma maneira de permitir que a comunidade surda se reconheça não apenas na plateia, mas também no palco”.
O diretor Octavio Camargo complementa, dizendo que a proposta é expandir essa experiência para os outros cantos da obra de Homero. “Nossa intenção é seguir com um Homero em Libras completo, criando um repertório cênico em Libras para textos clássicos, interpretado por artistas surdos”, destaca.
A temporada atual é viabilizada pelo Edital de Circulação 010/2023 da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio do Ministério da Cultura e do Governo Federal. A circulação também conta com o apoio da Prefeitura de Ivaiporã, ASC – Associação dos Surdos de Curitiba, ASSJP – Associação dos Surdos de São José dos Pinhais e AML Cultural.
Além das sessões teatrais, haverá bate-papo com a equipe após as apresentações das 17h em ambas as cidades — uma oportunidade para o público conhecer os bastidores e o processo de criação dessa obra tão singular.
Serviço:
Espetáculo “Ilíada em Libras – Canto I”
- Londrina (PR): 31 de maio (sábado) – 17h e 20h | Teatro AML Cultural – R. Maestro Egídio Camargo do Amaral, 130
- Apucarana (PR): 1º de junho (domingo) – 17h e 20h | Cine Teatro Fênix – Av. Curitiba, 1215
- Ingressos gratuitos – retirada 1h antes
- Classificação: 12 anos
- Duração: 60 minutos
- Acessibilidade total em Libras e para surdocegos
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