Perrengue Fashion: entre luxo, propósito e catarse emocional

Se você tá procurando uma comédia leve, cheia de risadas, mas que também te faça pensar um pouco sobre prioridades — Perrengue Fashion é esse filme. Estreou com Ingrid Guimarães como a influencer de moda Paula Pratta, que recebe o convite dos sonhos: estrelar uma campanha poderosa de Dia das Mães para uma marca renomada. Só que o filho dela, Cadu (interpretado por Filipe Bragança), abandona tudo para viver em uma ecovila na Amazônia, dedicado ao ativismo ambiental. Paula parte para encontrá-lo — e ali começa o choque de mundos.

Foto Divulgação
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Luxo versus floresta: o embate de valores

O filme acerta ao colocar frente a frente Paula Pratta, acostumada à influência digital, ao consumo, à exposição, e Cadu, que rejeita esse estilo de vida para lutar por algo maior — a preservação ambiental. Paula vai para a Amazônia, lida com o “perrengue fashion” — literalmente sair do salto, encontrar lama, vida simples — e refaz seu olhar sobre o que importa de verdade.

Cadu, por sua vez, também descobre que o mundo da mãe não é vazio de significado — ele simplesmente não entendia aquele universo, mesmo convivendo com ele. A comédia vem daí, nas gafes, nos choques culturais, nas tentativas de Paula em se adaptar.

Personagens que marcam

  • Ingrid Guimarães como Paula é a alma do filme. Ela carrega bem o arquétipo da influencer glamourosa que leva um choque de realidade — e encara com humor.
  • Filipe Bragança, como Cadu, interpreta muito bem esse jovem que rompe com tudo e ainda tenta explicar suas escolhas à mãe — emoção pura.
  • Rafa Chalub, no papel de Taylor, o braço direito de Paula, rouba cena nos momentos cômicos e de desconforto — classe de personagem coadjuvante que você lembra depois.

Entre risos e reflexão

Sim, o filme é comédia — você vai rir bastante. Mas também tem drama leve e reflexões sobre meio ambiente, autenticidade e maternidade. A campanha de Dia das Mães vira pano de fundo para mostrar como estamos presos à imagem, à vaidade, e como valores podem colidir com escolhas profundas. A geração Z, as redes sociais, o ativismo — tudo entrou nessa bagunça narrativa de um jeito que parece orgânico.

Foto Divulgação
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Há pequenos tropeços: em algumas cenas senti que a dublagem ficou estranha, e há momentos em que o ritmo dá uma “desacelerada”. Mas nada que quebre o encanto do filme.

Nota e sentimento final

Dou 4 estrelas de 5 — porque é forte, porque me prendeu, porque me fez rir e refletir. Quero revisitar algumas cenas, pensar no que faria no lugar da Paula ou do Cadu.

Se você vai ao cinema nesse mês, Perrengue Fashion vale — pra sorrir, pra se emocionar, pra ver como moda, ativismo e laços familiares podem entrar em conflito de um jeito genuíno.


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